Minha recente admissão ao posto de gennin não me trazia grandes mudanças, a lamentável vida monótoma ainda era presente, meu tédio continuava o mesmo e minha indisposição parecia crescer a todo instante. Todavia, encarar tais adversidades ainda me trazia alguns raros momentos de sossego, estes sempre aproveitados por mim. Nunca fui um sujeito visto com pessoas, não que eu seja um ant-social, apenas preferia o bom e velho silêncio do que conversas ou barulhos indesejáveis. Com isso, resguarda-me em lugares isolados e frescos era meu maior passatempo, realizando isso praticamente todo santo dia; não sendo diferente hoje.

Destarte encontrava-me sobre a sombra de uma árvore, com uma pequena palha sobre a boca, degustava daquele ambiente quase que cedendo ao sono. Isso soava como uma terapia, aquilo fazia meus problemas desaparecerem, meu tédio amenizar e minha cabeça tranquilizar-se.

A tranquilidade era algo realmente venerada por mim, talvez isto venha graças ao meu sangue Nara, mas acredito que seja algo bem mais pessoal. Os barulhos naturais produzidos por aquele ambiente eram dos mais variados, alternando entre o dos pássaros e o barulho dos ramos e folhas com o bater do vento, compartilhando apenas uma única semelhança; o angelicalismo sonoro. Não deleitar-se com tamanha bondade divina seria o maior pecado depois do evento ocorrido no paraíso, sentia-me na obrigação de aproveitar aquilo, mesmo sabendo que meus deveres como gennin deveriam ser iniciados. - Alguma coisa mudou desde aquele dia? - Me auto questionei sobre a minha mudança de cargo, criticando a monótoma vida shonobi.

Contudo, uma presença repentina me fez reabrir os olhos e, com uma rápida mexida ao pescoço, avistar um rosto familiar, este dotado de cabelos vermelhos. - Este não é o Sulo? Espera, este é mesmo o nome dele? - Pensava com certa dúvida. Não tive muito tempo para tentar lembrar o nome do rapaz, ele já daria as iniciativas e com um grande entusiamo me recepcionava. - Quanta animação... - Pensei; suspirando antes de tentar responder a altura. - Olá, Sulo! Era esse o seu nome, não? - Tentei puxar um assunto, ficar sem falar algo deixaria o clima pesado, mas parece que isso foi inevitável.

Um silêncio horrível reinou por alguns segundos entre nós dois, quase que expulsando aquele clima confortante de outrora. Mil assuntos passavam desenfreados pela minha mente para indagar ao rapaz, porém nenhum me parecia servir tanto. Suspirei novamente dirigindo no mesmo ato minha mão destra para a nuca, realizando movimentos repetidos naquela região para tentar amenizar minha angustia por não conseguir ''puxar um assunto''. - É... então, conseguiu virar um gennin? - Aquela foi uma merda de pergunta, porém foi a única coisa que passou na minha mente, ou melhor dizendo: a única que consegui de fato proferir.