O mundo estava em ruínas, eram cegos aqueles que não enxergavam isso. Os líderes políticos das vilas, por segurança, tentaram acobertar a situação para que o caos não se espalhasse, mas a tormenta criou pernas e perambulou pelo solo sagrado da humanidade. A paz foi quebrada, o silêncio gritava mais do que desespero em guerra, no entanto, tudo estava controlado; por enquanto.

Os três temores se apresentaram da melhor forma que sabiam, causando com suas aparições uma situação de desgraça. A vila da Terra foi atacada por Harmfull, aquele que carrega o título de mais insano dos três. Sua maestria nas artes marciais era surreal. Há alguns que contam, que Harmfull não é capaz de sentir nada, literalmente nada. Uma máquina de matança, uma 'chacina' ambulante que caminha entre os homens de boa e má fé. Um grande ninja da vila conseguiu proteger o local de uma possível catástrofe, mas até então, mesmo perante as buscas árduas de Fujimoto e seus rastreadores, nada, absolutamente nada foi encontrado. O shinobi prodígio chamado Reborn, até então, é um homem desaparecido e procurado por todo País da Raiz.

Subsequente ao primeiro atentado, a vila do Oceano recebeu outro homem mascarado, cujo atende pelo codinome Calamity. Sua personalidade não condiz com sua força, com sua capacidade abnormal de criar situações de risco. Sua maior armadilha, com toda a certeza, é seu perfil psicológico ilegível. Seu encontro foi barrado por Fon e sua equipe, acompanhados da presença de Yuki Katerina, filha de Yuki Esdeath. Calamity ameaçou a raptar Katerina, que colocou Fon em posição de defesa, para salvar sua antiga aluna se fosse necessário, no entanto, um homem tomou frente de todos presentes. Sua aparição, a postura de voz que era imposta fez com que o mascarado recuasse. Tenka, o líder soberano do Vilarejo da Brasa, com sua incrível força e experiências em combate fora capaz de expulsar aquela ameaça. Instantes depois, foi até o gabinete de Esdeath, em meio as explicações de sua filha, para que as cartas fossem postas na mesa. A afirmação sobre a reunião foi concretizada, e ambos os líderes estavam se direcionando ao Vilarejo natal de Tenka.

Enquanto isso, entre as nuvens do céu, uma garota do clã uzumaki e um garoto dos Uchiha's foram "atacados". Um terceiro homem mascarado, aquela intitulado como 'O Pesadelo', Phobia, deu o ar de sua graça. Buscando os olhos rubros, o mascarado tentou tomar controle da visão do garoto Uchiha, mas a aparição surpreendente de Shadow o fez recuar. Os dois titãs pareciam se conhecer, o ambiente reagia às suas presenças. Depois de deixar o local, Phobia mostrou ser apenas uma ilusão, que seu verdadeiro poder estava em sua verdadeira identidade. Shadow, temeroso pelo que podia ocorrer, explicou aos garotos a base do problema, mas estava ciente de que as coisas tendiam à piorar, então, foi até o gabinete de Cross. Matando seu vício como sempre, Cross parecia aguardar alguém, mas não sabia distinguir. Mesmo havendo quilômetros de distância de sua posição, o ruivo poderia sentir a presença do intruso. Sem muitas delongas, a visita de Shadow fora feita, explicada e gastada em uma longa e amigável explicação. Depois de todo entendimento, Cross deixou seu orgulho de lado para abraçar sua vontade de salvar um companheiro. Deixando seu trono, agora, ambos estavam indo em direção à reunião.

O Vilarejo da Brasa por sua vez, estava pronto para recebe-los. A guarda que estava em volta daquela sala, com toda certeza, era impenetrável, até mesmo para os três temores. O que será que os aguarda?

O clima do País das Chamas não perdoava ninguém e, apesar do nome, estava mais para um inferno gelado. Mesmo devidamente agasalhado, o frio ainda podia escapar para dentro de sua vestes, causando calafrios aos que se opunham ao vento. Cross era um deles, no caminho para a dita reunião de kages. — O clima aqui é bem... desagradável. — Comentou com o sujeito que o acompanhava, Shadow. Ver a cor da neve mais uma vez trazia velhas recordações, algumas boas e outras que provavelmente não deveriam serem lembradas. O ruivo saboreava aquele sentimento nostálgico. — Pelo que eu me lembre, não costumava fazer tão frio assim. — Pausou por um momento. — Ou estou mesmo ficando velho. — Seguia de uma gargalhada.

Caminhando pelo vilarejo, não tardou em deparar-se com o ponto de encontro mencionado por Shadow. O local estava repleto de guardas, estes que pareciam aguardar a nossa chegada. — Ora, ora, parece que chegamos primeiro que os outros. — Remexeu dentro de seu casaco, puxando dali um único cigarro, junto de seu isqueiro. Acendeu-o para saciar seu vício, aguardando então o que viria a seguir.

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Tive sorte pelos agasalhos me cobrirem. O frio ali castigava, como se fosse um local para que todos pagassem seus pecados. Diante de mim, Cross, estava indo pois já conhecia o local, diante dele, portões abertos e com um quarteto de samurais a nossa espera. Eles ergueram suas mãos para que entrássemos, então toquei o ombro de meu companheiro — Vamos, eles já nos aguardam lá dentro — Caminhei até a vila. Quando meus pés tocaram o ambiente, uma forte gravidade caiu sobre meus ombros. Minha locomoção estava presa, como se correntes envolvessem meu corpo rapidamente. Parecia ter sido dominado por uma serpente, como se eu estivesse invadido sua morada. Minha energia não fluía como antes, acabara sendo ignorada como se nunca fizesse parte de meu corpo antes — Com licença — Educadamente pronunciei-me. Entrei com passos vagarosos.

Parece que chegamos primeiro, vamos nos sentar, assim podemos descansar dessa longa viagem — Sentei em uma cadeira qualquer, enquanto aguardava a chegada de meu companheiro, ao menos, uma chega mais próxima para que pudesse descansar.

Vocês demoraram mais do que imaginei — Pausei — Quanto tempo, não é, Cross ... — Sorri. Se vaziam longas datas desde que vi meu pequeno discípulo. A reunião parecia demorar um pouco para começar, então seria justo sentar e esperar que todos pudessem chegar. Com meu chapéu marrom, representando a vila de onde vim, sento-me na cadeira. Em alguns segundos de silêncio, paro para uma observação rotineira. A expressão de todos era plácida, como se estivessem acostumados com essa situação.

Eles estão aqui — Com uma certeza absoluta, indaguei aos meus companheiros. Mesmo sem usar o chakra naquele lugar, a presença de meus queridos amigos não podia ser ignorada, afinal, podia sentir com minha alma.

A neve refrescava a situação. Meu humor mudava sorrateiramente, aos poucos, como se devorasse toda a maldade, enviando-a para o vazio da minha mente. Uma paz tomava meu corpo, era isso que todos chamam de lar? Os portões já estavam abertos, então já haviam pessoas pousadas sobre a sala. Os samurais curvaram diante de mim, mesmo pedindo para que não fizessem isso, eles sempre insistiam. A sala estava logo adiante — Esperto como sempre, Fujimoto-San — Pronunciei-me antes de abrir a porta — Mesmo com a minha velocidade, você foi capaz de notar minha passagem por aqui, correto? — Sorri. Esse homem tem apenas a aparência velha, mas suas habilidades são tão maduras quanto as de um jovem.

Bom, Esdeath-San está logo atrás, acho que podemos começar, correto? — Na cadeira principal me sentei, aquela que estava designada e permitida apenas para que o líder do vilarejo da brasa pudesse estar. O grande momento havia chegado.

Yo — Andar tanto para ver os mesmos e velhos rostos, isso é irritante. Esses homens deveriam saber que há outras maneiras de comunicação, que uma reunião tão cansativa e desleixada é algo fútil de desnecessário — Vamos logo com isso, tenho coisas mais importantes a fazer. Se a Terra realmente está em perigo, me prove! — Joguei os pés na mesa enquanto me sentava. Disposição? Por anos ouvi que a Terra estaria em perigo, toda minha animação de defende-la foi se esvaindo com o tempo. Esses homens estão velhos, a verdade severa tem de ser dita, tem de crer.

Fujimoto-Sensei, você realmente acredita nas palavras desse garoto de cabelo branco? O quanto o tempo te castigou? Foi você quem nos ensinou que confiar em estranhos poderá mudar o curso das coisas, objetivos e escolhes, então porque caístes tão fundo nessa foça? — Meu olhar mais frio encarou o jovem de cabelos brancos, aqueles que os outros chamavam de Shadow. O pesadelo além das muralhas não pode ser compreendido por alguém tão jovem, além de que, brigamos contra a morte para estarmos de pé hoje.

Já sentado e bem acomodado, o Uzumaki era surpreendido pela aparição de seu velho mestre e atual Asukage, Fujimoto. Não ficou surpreso por ele estar ali, mas sim porque percebeu que o homem não tinha mudado fisicamente. — Olá, Fujimoto-sama. Suponho que esteja bem, não? — Inquiriu de maneira retórica, afinal poderia concluir que ele estava mesmo bem, julgando pela aparência.

Agora que todos tinham comparecido na sala, a reunião que provavelmente decidiria o futuro do mundo com conhecemos tinha começado. Os velhos rostos ali presentes faziam Cross pensar. Tantos anos se passaram, e no fim nada mudou. Esdeath continuava com sua mania de não deixar os outros falarem, e ao mesmo tempo que essa mania irratava Cross, também o fascinava. — Esdeath-chan, impaciente como sempre. Deixe o homem falar, garanto que não estamos aqui por qualquer bobagem. — Encarou a Umikage com um olhar cínico, assim tornando a sua atenção aos demais. É claro que Cross não gostava nem um pouco de ter que fazer essas viagens repentinas, e nesse ponto concordava com a Yuki, mas ainda assim, era necessário um encontro pessoal que dispensasse qualquer formalidade.

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