START

Felizmente eu havia concluído o teste com perfeição na segunda tentativa. Eu ainda estava intrigado... Não deveria ter falhado na primeira, mas sem dúvidas me desconcentrei com a distração e errei na manipulação do chakra. Isso era normal, na verdade.

Enquanto prendia a bandana no braço e arrumava a bainha de minha katana, observei uma mulher singular conversar com um dos senseis logo que me retirei da sala de teste, embora jovem, eu era um bom observador. Desviei minha atenção da mulher para os meus colegas que começaram a me parabenizar pela enfim graduação. Demore anos para isso, finalmente consegui o que tanto almejava.

Já estava para sair dali quando a mesma mulher de outrora surgiu ao meu lado, proferindo palavras que logo compreendi. "Sem atrasos, ao amanhecer no campo de treinamento leste.", ela seria minha sensei. Eu a conhecia. Ela era uma das jounnins mais indisciplinadas da Mikage-sama, mas, além de altamente fiel, extremamente capaz.

"Sem problemas.", murmurei para ela, que logo saiu dali.

Logo meus amigos começaram a murmurar "boa sorte" e gargalhei ante eles, seria realmente curioso ser treinado por aquela mulher. Sem dúvidas eu cresceria muito sob a tutela dela, embora soasse um pouco perigoso. No mais, corri para casa e fui parabenizado por meus pais. Não ganhei nenhum presente, pois eles já sabiam que eu seria aprovado.

Na verdade, meu presente já estava empanhado em minha cintura. Abri um largo sorriso tocando a empunhadura negra da "Bakuhatsushi", Explosão da Morte. A lâmina era negra com apenas um gume com corte. A empunhadura era branca e em alto relevo possuía desenhos ininteligíveis em vermelho. Do centro da empunhadura saia uma fita dourada. A bainha era negra igual a lâmina e possuía os mesmos símbolos da empunhadura, mas em cor dourada.

Tive minha sessão diária de treinamento e no outro dia, antes do amanhecer, já estava no referido campo de treinamento, esperando a sensei. Vestia minha roupa normal com a katana embainhada.

Insana

A temperatura abaixou bruscamente. Cerca de zero graus celsius, mas isso não me incomodava muito... Afinal, para alguém com minha linhagem, era fácil se adaptar a tal temperatura. Senti o chakra da mulher surgir em minha frente e sorri, mas tal sorriso durou pouco. "A lição de hoje é não morrer.", disse ela. Olhei para o céu notei neve caindo calmamente, isso apenas me fez arregalar os olhos. Aquela mulher queria realmente me matar!

Saltei do chão, imediatamente desembainhando minha katana. O som da lâmina raspando no couro da bainha era gostoso demais. Imediatamente revesti meu corpo com espinhos feitos de ossos. "Yanagi no Mai", murmurei, enquanto sentia o perigo. Não estando gostando daquela situação, tentaria usar o shunshin para reaparecer há alguns metros de distância da sensei pelas costas. Avançaria com cuidado manejando minha katana com virtual cuidado, visando atingi-la em pontos críticos, caso ela tentasse me atacar com as lâminas de gelo dela, começaria a girar velozmente em meu próprio eixo, fazendo com que os ossos afiados e a katana, tornassem meu corpo num tornado que trucidaria qualquer tentativa de aproximação.

Caso não fosse efetivo, usaria o Yanagi no Mai e revestiria minha katana com chakra, fazendo-a destruir a lança de gelo e em alta velocidade apontaria meus cinco dedos livres (os que não seguravam a katana) para a sensei, usando o "Teshi Sendan", para perfura-la em alta velocidade em pontos críticos do corpo, ou seja, um para cada ombro, um para cada perna e, por fim, um para a barriga, totalizando os cinco ossos.

Se nada disso funcionasse, tentaria usar o shunshin para o mais longe, onde iria replanejar minahs estratégias.

Realmente boa

Observei-a criar aquela imensa barreira e aquelas estalagmites me perseguirem incansavelmente, enquanto me perseguiam, desviei ziguezagueando e posteriormente dando um salto longo, usando chakra nos pés. Usando o mesmo Yagami no Mai de outrora, dado que não o desativei, apontei minha mão livre, a esquerda, aberta para a imensa barreira. Um osso de trinta centímetros, afiado, despontou de minha palma, concentrei ainda chakra nele, e o disparei, fazendo-o ir voando em alta velocidade em direção à barreira. Tanto meu Yagami e a barreira dela eram rank B, provavelmente, por meu osso ser afiado, a transpassaria, destruindo-a.

Pousei no chão, de forma a sair de perto das estalagmites e concentrei chakra na minha katana, ficando em pose de luta, ou seja, as pernas flexionadas, o tronco trazido para frente, uma mão empunhando firmemente a katana de fronte ao corpo, enquanto a outra mão mantinha-se livre, pousando sob a bainha. Esperei qualquer movimento da sensei.

Caso a avistasse longe, usaria o Teshi Sendan dos cinco dedos da mão livre, para perfura-la em alta velocidade em pontos críticos do corpo, ou seja, um para cada ombro, um para cada perna e, por fim, um para a barriga, totalizando os cinco ossos. Invariavelmente se ela desviasse, iria fazer minhas mãos segui-la e continuaria disparando até acertá-la criticamente ou até que ela estivesse perto o bastante para usar kenjutsu. Caso a avistasse de perto, partiria para uma luta de kenjutsu contra ela.

Em todo caso, assim que a avistasse, diria. — Não tenho dúvidas que superou sua mãe há muito, Katerina-sensei. e sorrira, atacando.

Realmente boa

Ela magistralmente desviou de minhas balas. Eu estava sem muitas opções para aquela luta, embora não tivesse gastado nada de chakra em minhas técnicas, manter-se alimentando a katana, os saltos e os ocasionais shunshins era anormal para mim, era realmente um treino cansativo.

Quando ela estava se aproximando e pensei que finalmente teríamos um novo round de kenjutsu, ela começou a erguer aquela enorme barreira. Já tinha conhecimento desse jutsu e se ela estivesse tentando me prender para depois me empalar, eu não tinha opções, senão fugir. Usaria shunshin no jutsu e pularia de lá para uma árvore qualquer, deixando para trás apenas uma neblina, ocultaria minha presença e buscaria a sensei, em busca de uma luta de kenjutsu.

Caso isso não funcionasse e a cúpula me cercasse, iria prender-me no teto com chakra nos pés e tentaria destruir uma por uma as estalagmites que viessem perigosamente em minha direção com meus ossos do Yagami no Mai, que ainda estão ativos. Caso conseguisse me defender com perfeição, assim que as estalagmites parassem de crescer, iria fingir-me de gravemente ferido com um bunshin normal enquanto meu eu real ocultaria-se atrás de uma das grandes estalagmites, surgindo atrás da sensei com minha katana em seu pescoço, rendendo-a. Caso ela se movimentasse bruscamente, aumentaria os ossos do Yagami no Mai até perfurá-la.

CONCLUSÃO

Fiquei realmente surpreso com o acontecido. Esperava muitas coisas, mas jamais que ela iria cortar o exato local onde eu me sustentava. Sorte que ela desativou a técnica das estalagmites, senão, talvez eu teria virado carne em espetos.

— Você é muito boa. —, falei a observando ir embora. — Não teria conseguido sensei melhor, Yuhi-sama. — Disse, por fim, respondendo-a com um balançar positivo de cabeça. Logo embanhei a katana, recolhi meus ossos e observei o local: totalmente destruído e encharcado, sem contar as árvores perfuradas pelos meus ossos-bala.

Gargalhei suavemente, meus pais adorariam saber do que acontecera no local. Por fim, usei shunshin deixando apenas uma névoa como rastro, reaparecendo de fronte ao distrito deserto de minha família, ao qual entrei.